quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O BALANÇO


Era uma vez uma rede
E o pé recostado numa parede
Num balanço que parecia ter sede
De descobrir o mundo fora daquele quarto
Aparentava estar farto
Cansou-lhe demais o parto
Porque antes da partida, da batida, da lida
Ou até mesmo de ser pessoa querida,
Aquele balanço só ansiava por vida.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

DE VOLTA PRA MIM

O vento que sopra
A coruja que pia
Uma porta que bate
Nessa noite sombria

Uma nau que navega
Nesse mar de ser só
Foi assim que viemos
É assim que é no pó

Daí nasce o medo
A existência vazia
Solidão que assusta
Temor que arrepia

Só então vem a aurora
E, com ela, a esperança
Do futuro sonhado
E, com ele, a mudança

Uma alma liberta
Abandonou a escolta
Adeus, vida cativa
Pássaro que se solta

Mas nem tudo é quimera
Tampouco coração
Melhor enxergar a verdade
Do que viver de ilusão